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Semana da Leitura: 12 dicas para ler mais

Na Semana da Leitura, uma iniciativa do Plano Nacional de Leitura que se celebra este ano entre 31 de março e 4 de abril, partilho algumas dicas para quem quer começar a ler ou para quem deseja ler mais:


1. Visita uma biblioteca e pede ajuda. De acordo com os teus gostos pessoais, a equipa responsável pela biblioteca vai aconselhar-te sobre as melhores opções de leitura e ajudar-te a descobrir o tipo de livro ideal.

2. Começa por livros curtos. Assim, sentirás uma sensação de conquista logo no início, o que pode motivar-te a continuar a ler.

3. Explora diferentes géneros e autores. Ao diversificar as tuas leituras, poderás descobrir novos mundos, estilos e vozes literárias que talvez nunca imaginaste gostar.

4. Lê o que te interessa e não o que está na moda. Quando lês sobre temas e géneros que realmente te atraem e despertam o teu interesse, a experiência torna-se mais envolvente e gratificante.

5. Lê de forma ativa. Faz anotações, sublinha frases e escreve os teus pensamentos enquanto lês. Esta prática pode ajudar-te a compreender melhor o conteúdo escrito, a refletir sobre o que leste e a memorizar as ideias principais.

6. Estabelece uma rotina de leitura. Dedica 15 minutos por dia à leitura e, pouco a pouco, essa prática consistente vai ajudar-te a criar o gosto pela leitura e a incorporá-la no teu dia a dia.

7. Explora as adaptações cinematográficas. Se já viste um filme e gostaste da história, tenta ler o livro no qual ele foi baseado. Isso pode ajudar-te a despertar o gosto pela leitura, enquanto descobres detalhes da história que o filme provavelmente não abordou.

8. Considera adquirir um e-reader. Os e-readers são leves, fáceis de transportar e permitem a leitura de vários livros ao mesmo tempo. Por outro lado, possibilitam ajustar a luz e o tamanho da letra para uma leitura mais confortável.

9. Recorre aos audiolivros se não encontrares tempo para ler. Podes ouvi-los enquanto te deslocas para o trabalho, praticas desporto ou realizas tarefas domésticas.

10. Participa em clubes de leitura. As conversas sobre os livros podem aumentar o teu interesse e ajudar-te a descobrir novas obras, além de proporcionar a troca de ideias e perspetivas.

11. Segue influenciadores e grupos dedicados à literatura nas redes sociais. Nas redes sociais podes encontrar inúmeras sugestões de livros, desafios de leitura e inúmeros sorteios que podem aumentar a tua motivação.

12. Participa em eventos literários. Eventos como feiras de livros, encontros com autores ou workshops podem ser uma forma fantástica de descobrires o universo literário.

 

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Cuidar sem ser cuidada

Segue rápida de pano na mão.

Cuida dele. E dele. E dele. E dele. Nunca de si.

Cuida de quem está doente.

E também de quem sempre foi cuidado e nunca foi capaz de atender.

Os ponteiros rodam, os dias passam.

Ela responde a todas as necessidades. 

Vive de acordo com as emergências dos outros.

Saúde. Higiene. Roupa. Loiça. Comida. 

Ela murcha e enfraquece. 

Não troca a roupa preta e as rugas vaidosas exibem-se.

O olhar não brilha e o sorriso esmorece.

Ela grita calada.

Sem nunca deixar de zelar.

Ninguém a ouve. Ninguém a acode. 

Chora envergonhada e em silêncio.

Surgem sugestões e brotam opiniões.

Ela desespera e enlouquece. 

Não há mãos que a ajudem a carregar o peso. 

Dos corpos que ela não se preparou para cuidar.

Das palavras que ela não merece ouvir.

Das dores que ela não merece carregar.

Da vida que ela sonhou e que teve de abandonar.

 

Há alguém que - realmente - a veja e a escute?

 

 Um abraço a todos os cuidadores que, com coragem e amor, se esquecem tantas vezes de si próprios para cuidar dos outros. Que possam ser vistos, ouvidos e acolhidos. 

 

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Poesia é casa

Poesia é romance. 

Alegria que transborda.

Dor que não cala.

Palavra riscada.

Papel amassado.

Janela aberta.

Rua agitada.

Horizonte sem fim.

 

Poesia sou eu.

Tu. Os outros.

Letras que não cabem no peito.

Paixão que o beijo não mata.

Encontro sublime.

Direção. 

Caminho.

E casa. 

 

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Foto: Valentin Salja

Adeus Martinho! Olá Primavera!

Vai. Adeus. Não te demores.

Leva a chuva. A borrasca. E a tristeza.

Afasta a preocupação. O incerto. E a destruição.

Afugenta o medo das crianças que acordaram com o teu bufar.

E deixa-te morrer por aí - onde não possas magoar. 

Quero largar o desânimo. 

Rasgar o desalento.

Esquecer-me de ti.

 

Vai. Adeus. Mas deixa a porta aberta.

Para que a cor e a alegria saibam onde devem entrar.

E com elas, a Primavera.

As asas das andorinhas.

As pétalas das flores.

Quero ver renascer a inspiração.

A alegria de viver.

E a satisfação de escrever o mundo com infinitas tonalidades.

 

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Sopro na alma

Perco-me nessa imensidão que é o sentir.

Na liberdade de observar.

Na magia de escutar.

É no mundo que eu me encontro.

Depois de rodar e rodopiar.

Cair, desabar e desmoronar.

Galgar, alcançar e festejar. 

 

São os outros que me dão sinal de vida.

Através da ponte entre mim e o mundo.

Entre o mundo dos outros e o meu.

Nesse sentir que aquece.

Nesse sentir que assombra.

Que acalma. Que agita.

Que enlouquece. Que surpreende.

 

Tenho sede do mundo.

Tenho fome dos outros.

Da beleza. Da fealdade.

Do que é intenso. Do que é ligeiro.

Do que faz agitar a pele.

Paixão avassaladora.

Ou sopro na alma.

 

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Foto: Michelle

Envergonhada

Perguntam: és sempre tu?

Aquela que sente e escreve sobre liberdade.

Sobre amor. Sobre raiva.

 

Perguntam: como és capaz?

De desbravar a folha em branco.

Pintá-la de rosa. Riscá-la de preto.

 

Perguntam: não tens vergonha?

De escrever atrevidamente sobre tudo.

De inquietares os outros.

 

Respondo: sou sempre eu - em todas as linhas.

Tão capaz e tão incapaz.

Envergonhada por só me encontrar verdadeiramente quando escrevo.

 

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Dia da Mulher

Guardam-se as flores e os doces numa caixa velha.
Os talões de descontos são rasgados.
Envergonham-se os que se lembram dos direitos das mulheres apenas neste dia.
Salva-se a mulher que, com a educação básica, teima em votar.
O homem que educa as filhas para gritarem por justiça.
A menina que estuda para saber e conhecer.
O rapaz que é incapaz de violentar a rapariga.


Rolam as fotografias e os sorrisos abertos.
Os encontros não faltam no dia.
Envergonham-se os que julgam que a mulher só deve ser recordada num só dia.
Salva-se a mulher que não inveja a empreendedora.
A avó que denuncia o agressor da vizinha.
O patrão que paga justamente à colaboradora.
A colega de trabalho que revela o assédio.


Arruma-se a vassoura num canto e dobram-se os aventais.
Abrem-se as janelas e grita-se bem alto.
Envergonham-se os que julgam que é possível voltar a colocar as mulheres no local de onde vieram.
Salva-se a mulher que teima em educar a filha.
O tio que discute política com toda a família durante o jantar.
A colega de turma que não critica a minissaia.
A sogra que não pergunta pelo próximo neto.


Cerram-se os punhos e grita-se mais alto do que nunca.
Não voltarão a estar agrilhoadas as mulheres.
Caladas e submissas. Ignorantes e passivas.
Juntam-se os verdadeiros maridos, pais e irmãos ao clamor urgente.
Deviam - verdadeiramente - envergonhar-se aqueles que olham para as mulheres e não percebem.

 

Não voltaremos a ser o que já fomos.

 

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