Roda
Entrei na roda. Fui dançar.
E levei os pés descalços.
Não carreguei expetativas no bolso.
Simplesmente ofereci um corpo livre.
Deixei que alguém pousasse a sua mão na minha.
E logo dei e recebi. Fui céu e fui terra.
Nas cem voltas da roda, descobri que as mãos são equilíbrio.
E que os pés são expressão.
Foi num círculo que dancei.
E fiz memória do chão.
Ergui templos no centro do peito.
Plantei alegria. Semeei ao som da música.
Girei presa por uma linha.
Pelas mãos quentes que me levaram.
O corpo ouviu o tambor e o som da água.
Fazendo de todas, o centro de tudo.
Entrei na roda. E ali fiquei.
A saborear o movimento que nasceu no meu coração.