Sopro na alma
Perco-me nessa imensidão que é o sentir.
Na liberdade de observar.
Na magia de escutar.
É no mundo que eu me encontro.
Depois de rodar e rodopiar.
Cair, desabar e desmoronar.
Galgar, alcançar e festejar.
São os outros que me dão sinal de vida.
Através da ponte entre mim e o mundo.
Entre o mundo dos outros e o meu.
Nesse sentir que aquece.
Nesse sentir que assombra.
Que acalma. Que agita.
Que enlouquece. Que surpreende.
Tenho sede do mundo.
Tenho fome dos outros.
Da beleza. Da fealdade.
Do que é intenso. Do que é ligeiro.
Do que faz agitar a pele.
Paixão avassaladora.
Ou sopro na alma.
Foto: Michelle