Envergonhada
Perguntam: és sempre tu?
Aquela que sente e escreve sobre liberdade.
Sobre amor. Sobre raiva.
Perguntam: como és capaz?
De desbravar a folha em branco.
Pintá-la de rosa. Riscá-la de preto.
Perguntam: não tens vergonha?
De escrever atrevidamente sobre tudo.
De inquietares os outros.
Respondo: sou sempre eu - em todas as linhas.
Tão capaz e tão incapaz.
Envergonhada por só me encontrar verdadeiramente quando escrevo.